Descrição enviada pela equipe de projeto. A residência Southlands insere-se em um lote de esquina, densamente vegetado no distrito histórico de Dunbar-Southlands em Vancouver. Um curso d'água perene divide a propriedade irregular, para então correr além da Marine Drive, ao sul. A topografia exuberante resultante das forças naturais cria o cenário para a resposta arquitetônica dramática e altamente contextual. A casa abraça o ambiente fluvial e cria uma circulação que culmina em um grande espaço aberto ao sul, à beira d'água. O projeto conta com os momentos de esplendor natural nas zonas de estar e brinca com a vegetação e o relevo na criação de espaços de contemplação reservados.
A casa foi projetada em função da malha estrutural estabelecida por uma predecessora. Enquanto resquícios de embasamento original e colunas permanecem, a casa Southlands reinterpreta completamente noções de privacidade e exposição para uma avenida adjacente. Paredes de lâminas de concreto são estrategicamente posicionadas na paisagem, marcenaria do interior e claraboias definem os espaços no pavimento principal, amplo na maior parte. Pisos de concreto polido se estendem continuamente. Assim como a cobertura de madeira exposta com destaque às conexões metálicas. Os beirais generosos protegem do sol e do tempo, simultaneamente enquadrando vistas do terreno arborizado e mantendo a iluminação natural. Uma rede de deques no exterior percorre a cobertura externa, borrando ainda mais a divisão entre interior e exterior. Os bambus, rododendros e bordos japoneses tornam-se parte integrante das áreas de convivência.
A conexão entre o nível principal e o inferior é um dos momentos de destaque, na forma de uma escadaria trabalhada em metal e vidro. Descer para a área mais reservada proporciona uma visão do riacho e da paisagem abaixo. O acesso ao exterior se dá na fachada norte por uma área de cultivo de mudas. Esse limiar abriga as ferramentas da manutenção do jardim e marca o começo do passeio por ele. Um caminho de concreto passa pela água calma e prossegue por baixo da casa. Onde antes a paisagem circundava um volume fechado, a pele do edifício agora entra no domínio do exterior. A casa conquista suas ambições como uma passagem e o espaço de estar final se revela como o próprio terreno - um nível abaixo e a um mundo de distância.